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‘Um estranho me ajudou’: histórias de asilo no Brasil [1]
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Date: 2023-11
Para muitos migrantes e refugiados africanos, viajar para o Brasil é mais seguro e fácil do que para a Europa. Na Europa, aqueles que buscam segurança têm de enfrentar prisões nas fronteiras, expulsões ilegais, deportação e violência. No Brasil, qualquer pessoa que entre sem visto pode solicitar o status de refugiado. Os pedidos de asilo podem ser acessados online, e há assistência jurídica disponível para o processo.
Embora tenham sido feitos esforços para melhorar o processo de asilo no Brasil, muitos refugiados e migrantes ainda enfrentam dificuldades. É difícil encontrar informações confiáveis em francês ou inglês, e muitos migrantes africanos relatam ter sofrido discriminação e assédio. Muitos não sabem que têm direito a asilo, e aqueles que não têm família ou amigos no país podem se encontrar nas ruas. As redes informais e formais de migrantes tentam oferecer solidariedade e apoio, assim como alguns cidadãos particulares. Com essa ajuda, alguns migrantes encontram maneiras de construir a vida que desejam. Outros não.
Tudo estava em português
"Foi fácil entrar no Brasil. Quando meu irmão e eu chegamos ao aeroporto de São Paulo em 2015, apenas mostramos nossos passaportes e eles nos autorizaram a entrar. Mas não havia nenhuma informação em outro idioma que não fosse português. Conseguimos encontrar um ônibus e, quando entramos, encontramos outros africanos que tinham vindo ao aeroporto para buscar parentes. Um deles nos guiou até o centro da cidade. Lá encontramos a ONG Arsenal da Esperança, que nos ofereceu uma cama, jantar, café e um armário. Antes de comer, eles nos obrigaram a fazer uma oração. Mais tarde, alguém do Arsenal me levou à polícia e preenchi os formulários para solicitar asilo. Em seguida, me registrei no seguro nacional e no sistema nacional de saúde. Meus amigos do Arsenal nos ajudaram a fazer tudo isso."
Eu não sabia que podia solicitar asilo
"Entrei no Brasil pela cidade do Rio de Janeiro. Vim com um visto, então não solicitei refúgio na chegada. Eu não sabia que podia. Estava grávida da minha filha e não conhecia ninguém aqui. Quando saí do aeroporto, vi um homem esperando por outro passageiro. Ele estava usando roupas com estampa africana, então falei com ele em meu idioma. Ele se ofereceu para me ajudar. Ele me levou para sua casa e depois para a Caritas. Eles me receberam e cuidaram de mim muito bem. Eles não têm um abrigo para mulheres, apenas para homens, mas me deram dinheiro para cobrir a alimentação e a acomodação."
Um estranho me ajudou quando eu estava grávida
"Quando cheguei aqui da Venezuela em 2014, eu estava grávida. Não houve problema para entrar. Conheci uma brasileira de São Paulo que me ajudou. Eu não falava português, então conversamos pelo Google Translate. Ela me levou para sua casa em São Paulo e cuidou muito bem de mim. Depois que meu filho nasceu, ela me levou à Polícia Federal para saber como eu poderia pedir asilo. Eu tinha o direito de fazer isso desde o início, mas não sabia disso."
Você não recebe informações automaticamente
"Cheguei em 2009. Entrar no Brasil não foi difícil, mas eu não sabia muito sobre o lugar. Eu também não falava português. É difícil obter informações aqui. Eu estava em um abrigo e, por coincidência, encontrei uma amiga do meu país que também estava morando em São Paulo. Ela me ajudou muito. Ela disse: "primeiro você vai procurar um lugar para morar e depois vai pedir asilo". Então foi isso que eu fiz".
Para acompanhar essa série, a Missão Paz também produziu um guia de apoio jurídico para migrantes no Brasil. O guia oferece conselhos úteis sobre uma série de questões – desde os direitos e estatuto de migração até como lidar com a xenofobia, o racismo e os crimes de ódio – bem como os contatos dos serviços de apoio aos migrantes no país.
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[1] Url:
https://www.opendemocracy.net/pt/beyond-trafficking-and-slavery-es/viver-como-migrante-no-brasil-2/
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