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Lula não pode perder aliados no campo ambiental e indigenista [1]
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Date: 2023-07
Apesar de sofrer ataques diretos, Marina Silva quer passar mensagem de que vai resistir e que não haverá ruptura com Lula – o que aconteceu durante o segundo mandato de Lula, em 2008, quando Marina Silva renunciou ao cargo de ministra do Meio Ambiente por falta de apoio do presidente por sua agenda ambiental. Pelo menos por enquanto.
No dia 27 de maio, um dia após a votação no Congresso, Marina Silva afirmou em um vídeo compartilhado em seu Twitter que, mesmo que passe pelos procedimentos parlamentares, Lula vetará a medida que dificulta a proteção da Mata Atlântica.
A ministra também compartilhou um tuíte de Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, no qual defende que Lula precisa de Marina Silva para concretizar seus planos ambientais – importantes para suas ambições diplomáticas que buscam posicionar o Brasil como campeão mundial da defesa do meio ambiente e da Amazônia diante da emergência climática.
Debilidade e contradições do governo
Mas na terça-feira – poucas horas antes da votação do marco temporal – Padilha afirmou que o governo Lula aceitará o texto que reestrutura os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas sem mudanças, confirmando a derrota das ministras Marina Silva e Sonia Guajajara.
Em menos de uma semana, Lula sofreu – ou não conseguiu evitar – enormes prejuízos para o meio ambiente, apesar das promessas de campanha que o ajudaram a chegar ao poder. Lula venceu as eleições após o desastre do governo Jair Bolsonaro, que tinha como uma de suas principais pautas o desmantelamento das leis ambientais em favor do agronegócio.
A pauta ambiental e indigenista não ajudou apenas Lula a conquistar votos de esquerda e vencer as eleições. A agenda é essencial para o reposicionamento do Brasil no cenário internacional após o isolamento causado por Bolsonaro.
Nos primeiros meses de governo do ex-presidente, Noruega e Alemanha congelaram milhões de dólares em recursos destinados à preservação da Amazônia diante do desmatamento acelerado da floresta tropical. Ambos os países retomaram as doações quando Lula assumiu o cargo, em janeiro de 2023. A imagem internacional do Brasil está claramente ligada à relação de seu governo com a preservação do meio ambiente, especialmente da Amazônia.
Pela polarização histórica que gerou desde 2007, a aprovação do quadro provisório na Câmara pode manchar a imagem que Lula quis passar de seu governo no plano internacional mais do que qualquer medida tomada por Bolsonaro.
Promessas ambientais vs. econômicas
A posição de Lula – e do Partido dos Trabalhadores (PT) – não é fácil. Historicamente, ambos têm promovido políticas sociais como base de seus governos e sua ideologia, fundamentada na distribuição das receitas do desenvolvimentismo. Em 2022, Lula foi o candidato preferido dos pobres, do nordeste – região mais pobre do país –, indígenas e estudantes.
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