(C) OpenDemocracy
This story was originally published by OpenDemocracy and is unaltered.
. . . . . . . . . .
Como o estado que mais desmata pode se tornar líder da bioeconomia [1]
[]
Date: 2023-05
Governo do Pará joga dos dois lados
Apesar da virada mais verde sinalizada em anúncios recentes, o agronegócio provavelmente continuará sendo uma indústria-chave e uma fonte vital de renda para o Pará e seu governo — e uma possível fonte de tensões com suas ousadas ambições de bioeconomia.
Em 2022, as exportações do agronegócio do Pará alcançaram US$ 3 bilhões, 70% a mais do que no ano anterior. As principais mercadorias foram soja, carne bovina e produtos florestais — como madeira, carvão vegetal e papel.
A China foi o principal destino internacional do agronegócio paraense, com US$ 957,7 milhões em valor exportado, um terço do total — carne e soja representaram 92% dessa quantia, segundo o Ministério da Agricultura. Na sequência, estão Estados Unidos, Holanda e Espanha.
Não à toa, em abril, o governador Barbalho voltou a integrar a comitiva de Lula, desta vez com destino à China. Na ocasião, foi firmado um acordo com a China Communications Construction Company, a CCCC, para a construção de uma ferrovia ligando municípios do sudeste paraense ao porto de Barcarena, na costa norte do estado. O projeto, estimado em R$ 7 bilhões, servirá para o escoamento de commodities do Pará aos mercados internacionais.
O governo estadual também é um grande patrocinador do agronegócio. A pecuária paraense recebeu quase R$ 210 milhões em renúncias fiscais em 2021. Mas a atividade, diz Leitão, “recebe muito e oferece pouco em termos de produtividade e eficiência do ponto de vista ambiental”.
Em 2021, 85% das emissões de gases de efeito estufa do Pará tiveram origem na mudança de uso do solo (desmatamento, principalmente) e 11%, na agropecuária, segundo dados do Observatório do Clima. Altamira, também no Pará, e São Félix do Xingu são os municípios que mais geram emissões em todo o país.
Em Altamira, está a Reserva Extrativista (Resex) Riozinho do Anfrísio, uma área protegida que integra o território indígena do Xingu. Assim como as produtoras de polpas de frutas de São Félix do Xingu, os extrativistas de Riozinho do Anfrísio são pressionados pelo avanço do desmatamento, conforme dados do Inpe e relatos.
Esse avanço rumo às áreas de coleta de castanha da Amazônia, óleo de copaíba e borracha já foi uma grande preocupação do extrativista Pedro Pereira, um dos moradores da região. Mas nos últimos meses, ele já percebe uma debandada dos invasores com a retomada do combate aos crimes ambientais pelo governo federal. Em abril, Barbalho e Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, firmaram um acordo de cooperação para aprimorar a fiscalização ambiental, a gestão das florestas e o uso do solo no estado.
[END]
---
[1] Url:
https://www.opendemocracy.net/pt/para-estado-maior-desmatamento-lider-bioeconomia/
Published and (C) by OpenDemocracy
Content appears here under this condition or license: Creative Commons CC BY-ND 4.0.
via Magical.Fish Gopher News Feeds:
gopher://magical.fish/1/feeds/news/opendemocracy/