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Indígenas Sápara enfrentam empresas petrolíferas no Equador [1]

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Date: 2023-04

“Quando a Andes Petroleum começou a nos incomodar, nos mantivemos firmes”, diz Auneka Ushigua, sobrinha de Manari, ao Diálogo Chino. “Meu tio viajou para outros países, e nós daqui mandamos a mensagem de nosso povo”.

Depois de testemunharem as transformações no norte da Amazônia equatoriana, região que sofreu impactos das operações da Chevron-Texaco e de outras petrolíferas, os Sápara estão determinados a evitar que a história se repita. "Ao norte, há empresas que estão extraindo em todos os poços, mas as comunidades não veem qualquer benefício nisso”, conta Manari. Os Sápara também denunciaram a falta de consulta prévia sobre os projetos petrolíferos em suas terras, o que tem causado disputas entre as comunidades. Um representante da comunidade que assinou um acordo com o Estado e o consórcio chinês foi descrito por Manari como “ilegítimo” e “aliado do governo”.

pós anos de pressão e resistência, os esforços dos Sápara trouxeram resultados. Em 2019, a Andes Petroleum pediu ao Estado equatoriano que declarasse motivo de força maior para desistir do projeto no bloco 79, devido à oposição da comunidade. Nenhuma decisão foi tomada em relação ao bloco 83. Os contratos foram suspensos em 2019, e a empresa ainda não tem presença no território.

Mario Melo, advogado da Fundação Pachamama e reitor da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Equador, explicou que essa suspensão é, no entanto, “uma medida temporária”, pois os contratos ainda seguem em vigor, mas não estão sendo executados. Os Sápara exigem a anulação dos contratos.

O Diálogo Chino procurou a Andes Petroleum para comentar o caso, mas não houve resposta até o dia da publicação.

Pesadelo da extração de madeira

Manari Ushigua conta outro sonho que teve em 2019: “Vinha algo muito forte, mas não ia funcionar”.

Com o aumento dos esforços globais para atingir as metas de energia renovável, cresceu também a demanda por pau-de-balsa equatoriano, madeira leve, usada para produzir hélices de turbinas eólicas. Boa parte dessa demanda veio da China, país com a maior capacidade eólica instalada e sede de importantes produtores e exportadores mundiais de equipamentos de energia eólica.

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[1] Url: https://www.opendemocracy.net/pt/indigenas-sapara-enfrentam-empresas-petroliferas-equador/

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