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Austrália debate implementar Delegacia da Mulher inspirada no Brasil. Funciona para 'todas' as mulheres? [1]

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Date: 2023-04

Defensores dos direitos Indígenas têm repetidamente chamado a atenção para o fracasso da polícia em proteger as mulheres e famílias Indígenas.

Um exemplo disso é o caso de Tiffany Paterson, uma mulher indígena do Território do Norte que foi violentamente agredida depois que a Polícia do Território do Norte não a protegeu. Tiffany, que sobreviveu ao ataque, mais tarde processou a Polícia do Território do Norte por negligência e estabeleceu termos confidenciais.

É amplamente sabido nas comunidades Indígenas que as delegacias não são locais seguros para pessoas Indígenas. Elas também não são seguras para que pessoas Indígenas peçam assistência, em casos de violência doméstica ou de violência sancionada pelo Estado.

Sabemos que as famílias e comunidades Indígenas costumam responder na linha de frente à violência doméstica. As mulheres Indígenas são mais propensas a denunciar violência ou buscar apoio de funcionários de organizações Indígenas, não da polícia ou de serviços não-Indígenas.

Sabemos que o policiamento da violência doméstica desempenha um papel significativo na remoção de crianças Indígenas de suas famílias. A profunda desconfiança na polícia dentro das comunidades Indígenas é reconhecida pela própria polícia.

A delegacia da mulher não é a solução

A literatura produzida com comunidades Indígenas por pesquisadores Indígenas e não-Indígenas na Austrália aponta alternativas concretas para mulheres e famílias Indígenas em situação de violência.

Isso inclui serviços comunitários e serviços de apoio jurídico culturalmente seguros.

As feministas brancas devem ouvir os povos e organizações Indígenas que estão na linha de frente, oferecendo serviços de prevenção e intervenção precoce baseados em evidências, bem como pesquisadores Indígenas com experiência vivida.

Quem anteriormente apoiou as delegacias da mulher deve estudar estas pesquisas importantes e reconsiderar sua posição. É um momento crucial para essas discussões, no aniversário de 30 anos da Comissão Real de Mortes Aborígenes sob Custódia, com o aumento das taxas de encarceramento indígena e a preparação de um novo Plano Nacional de dez anos para lidar com a violência contra mulheres e crianças.

*Traduzido por Nicole Froio

Originalmente publicado em inglês na The Conversation, Australia, 17 de setembro.

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[1] Url: https://www.opendemocracy.net/pt/australia-delegacia-mulher-inspirada-brasil-funciona-para-todas-mulheres/

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