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Servidores do Ibama denunciam negacionismo de militares da GLO da Amazônia com pandemia
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A secretária executiva da Ascema Nacional, Elizabeth Uema, relata que a associação reivindicou em diversos momentos que os servidores tivessem condições mínimas para garantir a continuidade da fiscalização em campo, seja EPI seja o respeito de protocolos. "Mas pouco foi providenciado em relação a isso". "Era uma exposição imensa, um ator de transmissão local, e o órgão não oferecia máscara, álcool em gel, nada", denuncia.

A falta de suprimentos para os servidores do Ibama, em um contexto de desinvestimento recorde no órgão, facilitou a exposição à Covid em diferentes níveis.

A fiscal Ana*, do Amapá, também aponta a falta de apoio e proteção por parte do Ibama e do Exército. "O Ibama e a coordenação logística do Exército não se prepararam para ir a campo na pandemia", afirma. Há mais de um ano com coletes balísticos vencidos, Ana revela que servidores do órgão, em plena pandemia, tiveram que revezar coletes recém usados pela Força Nacional. "A gente não podia lavar e eles chegavam suados enquanto nossos coletes seguem vencidos", denuncia.

População de Apuí teve que protestar para soldados cumprirem protocolos de segurança

O comportamento negacionista das FA durante as operações da GLO na pandemia pode ter sido um fator de transmissão e interiorização do vírus na Amazônia. Segundo Maurício, o efetivo do Exército frequentou bares durante toda a operação em Rondônia e no Amazonas. "Um monte de soldados com 18, 19 anos. Você acha que ficaram no quartel? Eles revezam muito, trabalham com escalas, e nos dias de folga iam para boteco, risca faca, numa onda negacionista mesmo. Não duvido que espalharam o vírus por lá", afirma.

No dia 28 de abril, dois meses antes da contaminação de Saulo, a página da Prefeitura Municipal de Apuí no Facebook publicou um mapa que mostrava que o município, de população estimada pelo IBGE em 22 mil habitantes (2020), era um dos únicos quatro municípios do Amazonas que ainda não registrava casos de Covid-19.

A ação da GLO no município teve início no dia 18 de junho, com o deslocamento do 54º Batalhão de Infantaria da Selva (54º BIS) para o município, no âmbito da Verde Brasil II.

Os dados epidemiológicos do município, disponíveis pelo DataSus, revelam que o primeiro caso de coronavírus no município foi registrado no dia 8 de maio de 2020. No dia 22 de junho, durante presença dos militares da GLO e servidores do Ibama, o município apresentou a primeira alta na média móvel de casos registrados, com sete notificações.

[1] Url: https://www.opendemocracy.net/pt/servidores-ibama-denunciam-negacionismo-militares-glo-amazonia-pandemia/
[2] url: https://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/

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