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Príncipe Philip: com sua morte, nacionalismo anglo-britânico fica próximo do fim
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No ano anterior ao nascimento do príncipe Philip, 1920, o império britânico era o maior que havia existido. No ano seguinte ao seu nascimento, 1922, Charles Francis Jenkins demonstrou os primeiros princípios da televisão.

As mudanças impulsionadas pela descolonização e a invenção da mídia moderna poderiam facilmente ter acabado com o reinado da Casa de Windsor. Mas o sucesso da monarquia britânica na transição dos governantes divinos no ápice do maior império da história para as celebridades no centro de um projeto nacionalista moderno construído na televisão e nos tabloides foi, em grande parte, por causa do duque de Edimburgo, que morreu hoje aos 99 anos.

Como presidente do comitê de coroação da rainha em 1953, Philip propôs uma ideia radical: por que não televisioná-la? O resultado foi o programa de televisão mais assistido da história na época, fazendo mais do que qualquer outra coisa por transformar a televisão em um meio de comunicação dominante.

No dia seguinte, um jornalista do Daily Express escreveu que o programa "estabeleceu novos padrões brilhantes na ligação da coroa com o povo". Os telespectadores, disse ele, "virtualmente cavalgaram com a rainha por Londres e ficaram perto dela na própria Abadia".

Ao capturar um público tão vasto e diretamente – ou assim parecia – envolvê-los nos outrora distantes rituais do Estado, Philip criou um fenômeno totalmente novo. E a tensão entre as instituições que ele unificou – TV, os tabloides e monarquia – tornou-se o tripé no qual o nacionalismo anglo-britânico se sustentou enquanto o império se desmoronava.

[1] Url: https://www.opendemocracy.net/pt/principe-philip-padrinho-nacionalismo-anglo-britanico/