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Cómo enfrenta el odio en línea y ve el contexto político una periodista brasileña que trabaja en Portugal [1]

['Fernanda Canofre']

Date: 2024-02-27

El 3 de febrero, Amanda Lima publicó una historia en el diario portugués Diário de Notícias sobre dos protestas que hubo el mismo día en Lisboa, pero con dos agendas muy diferentes entre sí.

Mientras que en Largo do Intendente la gente celebraba las diferentes culturas a través de la música, gastronomía y carteles que decían «Bienvenidos, migrantes», a menos de un kilómetro de allí, en Largo de Camões, un grupo nacionalista de extrema derecha sostenía carteles que decían «Portugal para los portugueses», como un guiño al dictador Salazar y como protesta contra lo que llaman la «islamización de Europa».

La periodista brasilera Lima ha vivido y trabajado en Portugal en los últimos cuatro años. Su madre se mudó al país hace 20 años y desde entonces sigue de cerca el aumento del resentimiento contra los migrantes.

Además de informar para un diario nacional, también es comentadora en CNN Portugal. En su cuenta de X (antes Twitter), en la que tiene mas de 9600 seguidores, son casi una rutina diaria los mensajes de personas (algunas con nombre, otras sin rostro) que le dicen que regrese a su país o usan insultos sexistas.

En medio de un contexto de crisis política, con la caída del primer ministro de izquierda António Costa en 2023, y una creciente xenofobia y discursos de odio, Lima habló con Global Voices sobre su trabajo y lo que observa que está sucediendo en la actualidad en Portugal.

Global Voices (GV): ¿Ya existía la resistencia a los brasileños y el cuestionamiento de su propia posición en los medios o aumentó en los últimos años?

Havia muito esse estigma da mulher brasileira, que era uma mulher interesseira, que vinha só arrumar marido, e percebemos que isso ainda existe. Outras mulheres agora, como eu, sofremos com esse estigma. Quando não é verdade. As pessoas migram por diferentes motivos, por diferentes razões e temos brasileiros aqui em todos os tipos de trabalho, desde cargos de liderança, chefia, como em atendimento ao público, em todas as áreas para contribuir para o país.

Amanda Lima (AL): Acho que sempre teve, e é sempre em ondas. Já houve uma xenofobia específica com mulheres há cerca de 20 anos, mas analiso uma mudança grande no cenário desde que estou aqui, nos últimos quatro anos. Ao meu ver é causado por um certo ressentimento pelo aumento da população brasileira e imigrante em Portugal. Foi um aumento muito expressivo, principalmente desde 2016. É uma coisa que está se tornando natural, a diferença é que as pessoas não se sentiam à vontade em demonstrar, como demonstram hoje nas ruas, na internet. Acho que a principal diferença dos últimos anos é que as pessoas que são xenófobas perderam o medo, a vergonha de demonstrar esse sentimento.

GV: ¿Qué crees que aumentó este sentir?

AL : Penso que tem a ver com o contexto político, que é de polarização. Penso que é um movimento de onda, de manada. Quando se vê que uma pessoa se sente confortável, outras pessoas também se sentem legitimadas. Esse discurso também aparece na propaganda política, e quando você vê um líder político legitimando esse tipo de coisa ou mesmo outras figuras publicas, acredito que as pessoas se sentem mais no direito em exprimir esse preconceito. Eu costumo dizer que Portugal está vivendo um filme parecido com o que vimos nos últimos anos no Brasil, e o resultado não é nada bom.

GV: Sobre tu presencia en las redes sociales, ¿cómo lidias con los comentarios que recibes? ¿Empeoró en los últimos años?

AL: Sim, piorou, mas acho que tem a ver com duas questões distintas. Uma é que as pessoas se sentem com total liberdade para fazer esse tipo de coisa. Algumas são pessoas que têm rosto, nome, local de trabalho, e uma grande parte são trolls mesmo, mas no fundo é uma pessoa que está ali. Mas também tem a ver com o aumento da exposição. Em 2022, eu estive muito exposta por conta do meu trabalho na CNN, uma pessoa que está na televisão todos os dias.

Às vezes, respondo alguns comentários com ironia, fazendo piada, mas às vezes também é muito difícil, tanto que em alguns momentos desativo o Twitter, fico uma semana, duas fora, para tentar abstrair um pouco. Muitos dizem que eu não deveria dar exposição a essas pessoas – eu nem conseguiria dar exposição a todos, porque são centenas – mas alguns eu tento fazer uma piada para mostrar que aquilo existe. Tem alguns que são realmente muito pesados, difíceis de lidar, que me atacam enquanto mulher. Eu conheço outros jornalistas que são atacados, homens, e nunca são chamados de puta, vagabunda, com perdão dos palavrões. Me acusam de ser promíscua, esse tipo de coisas, que com homens não acontece. Muitas pessoas se sentem irritadas por ver uma mulher, imigrante, brasileira, ocupando um lugar de destaque.

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[1] Url: https://es.globalvoices.org/2024/02/27/como-enfrenta-el-odio-en-linea-y-ve-el-contexto-politico-una-periodista-brasilena-que-trabaja-en-portugal/

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